sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Verão antes e depois. De ter filho, claro.



Antigamente, na minha maxi bolsa de praia eu levava tudo o que era necessário para um dia ou um turno de curtição sob o sol, sem hora pra começar e muito menos pra acabar.
- chinelinhos e biquíni novos
- protetor solar fator 30 ou maior para o rosto
- um FPS menor para bronzear o corpo
- chapelão
- protetor labial para não rachar a boca
- creme para hidratar os cabelos pós-mar ou pós-piscina
- esteirinha, canga e toalha estilosa
- óculos escuros sem riscos
- batom nude e um rimelzinho à prova d'água
Durante o dia na praia dava para tomar uma caipirinha, tirar uma sonequinha sob o sol na hora da viradinha para queimar de bruços, comer um picolé ou um milho verde tranquilamente, reabastecer a água mineral geladinha sempre que a sede bate, torrar sob o sol do meio-dia mesmo sem guarda-sol....coragem!!!

BACK TO REALITY...
Hoje em dia como é a vida de mãe com criança indo para a praia
A minha bolsa já era...cato um protetor, dinheiro e documentos e coloco na outra bolsa. Sim, a do João...rs.
Esta bolsa contém tem o protetor solar dele, a comida dele (vai que não encontro nada que ele goste e/ou esteja com vontade comer na praia? Criança alimentada = mamãe feliz. Praticamente uma equação matemática), água e frutas fresquinhas (em embalagens térmicas para não perder o gelo no calor, óbvio), biscoito de polvilho, suco, chupeta, uma mamadeira pronta, trocas de roupa (umas 2 pelo ao menos), fraldas (normais e de piscina), talheres infantis, lencinhos umedecidos (e se ele fizer o número 2 na praia?), chinelo, boné e por aí vai...
Ah! Tem outra bolsa (sacola), grande, que traz dentro balde, pás, carrinhos e mil outros brinquedos que "eu sei que ele gosta".
O meu biquini não é exatamente o ideal para uma temporada de verão mas pelo ao menos não aparece o "signo" na hora que eu abaixo para dar comida ou limpar o rostinho dele sujo de areia, por exemplo.
Chapéu? O último (e único) que eu usei estragou. Sim, claro, caiu no mar. Hoje só boné. Passo rapidamente um protetor solar nos ombros poqrue, claro, a prioridade é besuntar cada centímetro de João Ricardo. Ah! E não é de 2 em 2 horas como nos adultos nãããããooooo: e a cada 20 minutos, mais ou menos, afinal, ele fica dentro da piscina com água o tempo todo...
Demorei para comprar um par de óculos escuros no verão passado então estou com o mesmo de, na verdade 2009...ainda bem porque está todo riscado...sim para que tantos brinquedos de praia se os óculos da mamãe são tãããão legais?
Brincos: Só se forem minúsculos, aqueles colados na orelha, tipo bolinha, senão o João arranca, engancha no roupão, na toalha...enfim...
Nossa, agora me dei conta que só uso o brinco pequeno depois que o João fez 6 meses (ele já está com 1 ano e oito meses)...ahahahaha
Beber água, comer algo? ahahahaha. Só se for as sobras da criança, né? Ou ao menos que vc esteja acompanhado de, no mínimo mais duas pessoas, para que elas olhem a criança enquanto vc come um milho verde ou toma uma água de côco...
Lembra da soneca quando a gente deita de bruços para tomar sol? HA-HA-HA...será somente depois que vc chegar em casa, descarregar todo o carro, colocar a criança no berço e arrumar tudo de volta no lugar. Daí, quem sabe, o João ainda não acordou e eu consigo esticar as pernas uns 15 minutos? Com sorte, sim.
Isso que sequer mencionei o que se faz quando o guarda-sol voa ou falta água limpa para limpar a mão dele cheia de areia que insiste em ir para os olhinhos...
Com tanta diferença entre uma experiência e outra, é fácil imaginar que a primeira opção é muito mais atraente.
Mas, quem está lendo este post é porque sabe que a segunda situação é trabalhosa sim, mas muito melhor, mais divertida e mais compensadora.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Ser Mãe


Li este texto ontem no Facebook e me emocionei. Emoção pela verdade que estas palavras expressam. Eu me vi nesta filha do texto. Antes de ser mãe eu era impecável na manicure e maquiagem, viajava bastante, baladas mil...hoje, João Ricardo está com 1 ano e 8 meses. Voltou as aulas hoje. Na segunda passa tive a reunião de pais. Um universo que só vive quem tem filhos. E não é uma coisa parecida com nada que possamos comparar para dimensionar a loucura que vira sua cabeça depois de ser mãe.
Logo após a minha cesária, eu achei a cicatriz grande, estranha...hoje ela é minha medalha de honra ao mérito. Se ela ficasse em lugar visível, acho que a deixaria a mostra só para todo mundo saber que eu sou mãe, sabe?
Sou jornalista, lido com as desgraças e crimes bárbaros que acontecem todos os dias. Antes da maternidade não me abalavam. Nada. Pelo contrário, me achava até meio fria para certas situações. talvez a necessidade do trabalho torne os jornalistas assim...Bom, mas hoje a história é outra: crimes contra crianças, tenho vontade de fazer justiça com as próprias mãos. Não consigo assistir imagens de violência...enfim, mudanças que a maternidade te proporciona. Continuo indo a manicure uma vez por semana, mas não me privo de fazer nada que possa "estragar" minha beleza em nme do João. Vale brincar, cavar na areia, mexer com terra e fazer a comida para ele que adoro deixar pronta com gostinho de comida da mamãe.
Quando eu li este texto, meus olhos se encheram de lágrimas e minha boca se curvou formando um sorriso de satisfação, sabe? As mãe me entendem...

"Nós estamos sentadas, almoçando, quando minha filha casualmente menciona que ela e seu marido estão pensando em “começar uma família”.
— Nós estamos fazendo uma pesquisa — ela diz, meio de brincadeira. — Você acha que eu deveria ter um bebê?
— Vai mudar a sua vida — eu digo, cuidadosamente, mantendo meu tom neutro.
— Eu sei — ela diz. — Nada de dormir até tarde nos finais de semana, nada de férias espontâneas…

Mas não foi nada disso que eu quis dizer. Eu olho para a minha filha tentando decidir o que dizer a ela. Eu quero que ela saiba o que ela nunca vai aprender no curso de casais grávidos. Eu quero lhe dizer que as feridas físicas de dar à luz irão se curar, mas que tornar-se mãe deixará uma ferida emocional tão exposta que ela estará para sempre vulnerável.

Eu penso em alertá-la que ela nunca mais vai ler um jornal sem se perguntar: “E se tivesse sido o MEU filho?”; que cada acidente de avião, cada incêndio irá lhe assombrar; que quando ela vir fotos de crianças morrendo de fome, ela se perguntará se algo poderia ser pior do que ver seu filho morrer.

Olho para suas unhas com a manicure impecável, seu terno estiloso e penso que não importa o quão sofisticada ela seja, tornar-se mãe irá reduzí-la ao nível primitivo da ursa que protege seu filhote; que um grito urgente de “Mãe!” fará com que ela derrube um suflê na sua melhor louça sem hesitar nem por um instante.

Eu sinto que deveria avisá-la que não importa quantos anos investiu em sua carreira, ela será arrancada dos trilhos profissionais pela maternidade. Ela pode conseguir uma escolinha, mas um belo dia entrará numa importante reunião de negócios e pensará no cheiro do seu bebê. Ela vai ter que usar cada milímetro de sua disciplina para evitar sair correndo para casa, apenas para ter certeza de que o seu bebê está bem.

Eu quero que a minha filha saiba que decisões do dia a dia não mais serão rotina; que a decisão de um menino de 5 anos de ir ao banheiro masculino, ao invés do feminino, no McDonald's, se tornará um enorme dilema; que ali mesmo, em meio às bandejas barulhentas e crianças gritando, questões de independência e gênero serão pensadas contra a possibilidade de que um molestador de crianças possa estar observando no banheiro.

Não importa o quão assertiva ela seja no escritório, se questionará constantemente como mãe.

Olhando para minha atraente filha, eu quero assegurá-la de que o peso da gravidez ela perderá eventualmente, mas que jamais se sentirá a mesma sobre si mesma; que a vida dela, hoje tão importante, será de menor valor quando ela tiver um filho; que ela a daria num segundo para salvar sua cria — mas que também começará a desejar mais anos de vida, não para realizar seus próprios sonhos, mas para ver seus filhos realizarem os deles.

Eu quero que ela saiba que a cicatriz de uma cesárea ou estrias, se tornarão medalhas de honra.

O relacionamento de minha filha com seu marido irá mudar, mas não da forma como ela pensa. Eu queria que ela entendesse o quanto mais se pode amar um homem que tem cuidado ao passar pomadinhas num bebê ou que nunca hesita em brincar com seu filho. Eu acho que ela deveria saber que ela se apaixonará por ele novamente por razões que hoje ela acharia nada românticas.

Eu gostaria que minha filha pudesse perceber a conexão que ela sentirá com as mulheres que, através da história, tentaram acabar com as guerras, o preconceito e com os motoristas bêbados.

Eu espero que ela possa entender por que eu posso pensar racionalmente sobre a maioria das coisas, mas que me torno temporariamente insana quando discuto a ameaça da guerra nuclear para o futuro dos meus filhos.

Eu quero descrever para minha filha a enorme emoção de ver seu filho aprender a andar de bicicleta.

Quero mostrar a ela a gargalhada gostosa de um bebê que está tocando o pelo macio de um cachorro ou gato pela primeira vez. Quero que ela prove a alegria que, de tão real, chega a doer.

O olhar de estranheza da minha filha me faz perceber que tenho lágrimas nos olhos.

— Você jamais se arrependerá — digo finalmente. Então estico minha mão sobre a mesa, aperto-lhe a mão e faço uma prece silenciosa por ela e por mim e por todas as mulheres meramente mortais que encontraram em seu caminho esse que é o mais maravilhoso dos chamados; esse presente abençoado de Deus, que é ser mãe."

(Autor desconhecido)