terça-feira, 13 de novembro de 2012

O que muda quando nos tornamos mães

Li este texto outro dia e achei bem verdadeiro, apesar de não saber q uem o escreveu. Eu costumo dizer que existem mulheres que "querem ser" mães e as que "podem ser". Quem é, sabe bem que não é qualquer uma que aguenta o tranco...e é forte esse tranco, viu?! Bem forte. (...) Nós estamos sentadas almoçando quando minha filha casualmente menciona que ela e seu marido estão pensando em ‘começar uma família’.
"Nós estamos fazendo uma pesquisa, ela diz, meio de brincadeira. Você acha que eu deveria ter um bebê?" "Vai mudar a sua vida", eu digo, cuidadosamente mantendo meu tom neutro. "Eu sei", ela diz, "nada de dormir até tarde nos finais de semana, nada de férias espontâneas e outras coisas..."
Mas...não foi nada disso que eu quis dizer, penso. Eu olho para a minha filha, tentando decidir o que dizer a ela. Eu quero que ela saiba o que ela nunca vai aprender no curso de casais grávidos. Eu quero lhe dizer que as feridas físicas de dar à luz irão se curar, mas que tornar-se mãe deixará uma ferida emocional tão exposta que ela estará para sempre vulnerável. Eu penso em alertá-la que ela nunca mais vai ler um jornal sem se perguntar ‘E se tivesse sido o MEU filho?’ Que cada acidente de avião, cada incêndio irá lhe assombrar. Que quando ela vir fotos de crianças morrendo de fome, ela se perguntará se algo poderia ser pior do que ver seu filho morrer. Olho para suas unhas com a manicure impecável, seu terno estiloso e penso que não importa o quão sofisticada ela seja, tornar-se mãe irá reduzí-la ao nível primitivo da ursa que protege seu filhote. Que um grito urgente de ‘Mãe!’ fará com que ela derrube um suflê na sua melhor roupa sem hesitar nem por um instante. Eu sinto que deveria avisá-la que não importa quantos anos ela investiu em sua carreira, ela será arrancada dos trilhos profissionais pela maternidade. Ela pode conseguir uma escolinha, mas um belo dia ela entrará numa importante reunião de negócios e pensará no cheiro do seu bebê. Ela vai ter que usar cada milímetro de sua disciplina para evitar sair correndo para casa, apenas para ter certeza de que o seu bebê está bem. Eu quero que a minha filha saiba que decisões do dia a dia não mais serão rotina. Que a decisão de um menino de 5 anos de ir ao banheiro masculino ao invés do feminino no Mc Donald’s se tornará um enorme dilema. Que ali mesmo, em meio às bandejas barulhentas e crianças gritando, questões de independência e gênero serão pensadas contra a possibilidade de que um molestador de crianças possa estar observando no banheiro. Não importa o quão assertiva ela seja no escritório, ela se questionará constantemente como mãe. Olhando para minha atraente filha, eu quero assegurá-la de que o peso da gravidez ela perderá eventualmente, mas que ela jamais se sentirá a mesma sobre si mesma. Que a vida dela, hoje tão importante, será de menor valor quando ela tiver um filho. Que ela a daria num segundo para salvar sua cria, mas que ela também começará a desejar por mais anos de vida – não para realizar seus próprios sonhos, mas para ver seus filhos realizarem os deles. Eu quero que ela saiba que a cicatriz de uma cesárea ou estrias se tornarão medalhas de honra. O relacionamento de minha filha com seu marido irá mudar, mas não da forma como ela pensa. Eu queria que ela entendesse o quanto mais se pode amar um homem que tem cuidado ao passar pomadinhas num bebê ou que nunca hesita em brincar com seu filho. Eu acho que ela deveria saber que ela se apaixonará por ele novamente por razões que hoje ela acharia nada românticas. Eu gostaria que minha filha pudesse perceber a conexão que ela sentirá com as mulheres que através da história tentaram acabar com as guerras, o preconceito e com os motoristas bêbados. Eu espero que ela possa entender porque eu posso pensar racionalmente sobre a maioria das coisas, mas que eu me torno temporariamente insana quando eu discuto a ameaça da guerra nuclear para o futuro de meus filhos. Eu quero descrever para minha filha a enorme emoção de ver seu filho aprender a andar de bicicleta... Eu quero mostrar a ela a gargalhada gostosa de um bebê que está tocando o pêlo macio de um cachorro ou gato pela primeira vez... Eu quero que ela prove a alegria que é tão real que chega a doer... O olhar de estranheza da minha filha me faz perceber que tenho lágrimas nos olhos.
‘Você jamais se arrependerá‘, digo finalmente.
Então estico minha mão sobre a mesa, aperto a mão da minha filha e faço uma prece silenciosa por ela, e por mim, e por todas as mulheres meramente mortais que encontraram em seu caminho este que é o mais maravilhoso dos chamados.
Este presente abençoado que é ser Mãe.

domingo, 29 de julho de 2012

O lado B. Sim, ele existe.

Inspirada em outro blog, resolvi contar um pouco mais do que o "maravilhoso mundo das mamães".
Ninguém me contou que aquelas fotos de book de grávidos (papai e mamãe) são tudo uma farsa: mães sorrindo placidamente segurando a barriga é photoshop emocional. Tudo atriz. Eu fui uma delas. Atriz em dia de estréia de espetáculo: linda, maquiada e me achando a mãe do século, saca? Tudo bem, até o sexto mês da primeira gestação é realmente tudo lindo e gente "se acha" porque tanto paparico, sorrisos e tal, vc fala: to abafando! Fato. Mas a verdade é que na gravidez a gente incha, vira uma orca com elefantíase. Não acha posição na cama, se sufoca com a própria barriga, vive num mundo paralelo. Um mundo regido por hormônios. Que ora estão de bom humor, ora não. E ora não ora não ora não...detesto me lembrar disso...defini como 9 meses em TPM. Quem aguenta isso, gente? Coitados dos maridos, namoridos, pais...enfim.
Quando vamos fazer ultrassom ou exames de sangue quase temos um ataque cardíaco de medo. Eu tinha alguns rituais: acendia velas, invocava orixás, jogava pipoca pra cima e sal grosso pra baixo. Fazemos qualquer coisa para que no temido morfológico apareça o osso nasal, vinte dedos e um coração que bate. Ufa. Alívio em ver tudo isso. Imenso.
No início da gravidez vamos todas corajosas levantar a bandeira do parto normal. Porque é o natural, é assim que deve ser. Sou forte. Sou índia. Vamos lá ficar de cócoras e botar uma vida pra fora! Uhu! Só que atrás dessa bandeira estamos si-ca-gando de medo de aquela alcatra arregaçar nossas partes pudendas para todo sempre. Optamos então pela cesárea. SIM OPTAMOS, porque vivemos no Brasil (ililil) e aqui pode se optar por. Mas claro que nas rodas matérnicas vou dizer que não foi opção, que meu filho estava com cabeça pra cima, que não tive contração e muito menos dilatação (na verdade, meu corpo usou esse mecanismo de defesa contra o medo) e dá-lhe cesárea. E quem disse que esse tipo de parto é simples, lindo, pimpão? Um corte de ponta a ponta na sua barriga (do tipo exercício de livro infantil "ligue os pontos", sabe), como um ‘smile’, aquela carinha sorridente, e que quando você olha no espelho, tem vontade de chorar e pensa: putaquepariu, me cortaram de cabo a rabo, nunca mais vão me amar. Mas isso não é nada perto do que esta por vir: o bebê. Sim, ele.
Dizem os livros, revistas, amigos e parentes que você deve se sentir, (veja bem DEVE no sentido de dever, não de probabilidade), arrebatado por uma amor incondicional assim que pega seu filho nos braços. Annnn. Tenho uma amiga foi um pouco mais além, mas cada um sabe de si, né? “Tirem esse verme daqui” foi o que ela proferiu quando viu seu bebê. Acontece, gente. Quem é mãe sabe que acontece, mesmo que vocês abafem isso e guardem num baú a 18 palmos da terra esse tipo de emoção. Isso volta hein? Hora ou outra isso volta pra você. E melhor jogar pra fora. E não precisa ser taxada de psicopata por isso, os hormônios estão ai pra isso, pra culpar-mo-lhos. Assim como a depressão pós parto, baby blues e qualquer outra coisa que você inventar para justificar vão acreditar, pode ter certeza. O povo adora uma desgraça.
Lindo. Uma criança saudável, faminta, com cabelinhos até! Mas que chora pra caralho. Uma criança que é capaz de chorar por 10 horas seguidas. Não há amor incondicional que suporte o Baby Blues sem sucumbir. Nesse momento você olha para a janela da maternidade. Confere se é alta (sim, é). Pensamentos suicidas ou homicidas (que inclui todos aqueles parentes distantes que vão te ver pelada no hospital), passam a todo instante na cabeça das pobres mães. É, pobres mães, porque a gente não tem culpa de ser tipo os Nardoni nessas horas. É uma coisa de Deus, ou do diabo (???). Sei lá. Mas não é da gente. É do universo, porra.
Daí você leva o bebê pra casa, já sentindo alguma afeição entre um bocejo e outro, entre uma regurgitação e outra, entre um putaquepariu e outro. Ele ri, você ri, ele chora, você chora, ele ri, você chora, você chora e ele chora, choramos. Choramos muito. Choramos por cansaço, por não saber lidar e por solidão. Sim solidão. Sentimos uma solidão intrínseca-visceral. Mesmo com alguenzinho grudado em seu peito, nos sentimos sozinhas. Adultas sozinhas, adultas crianças. Somos crianças e mais uma vez choramos. Desamparadas pela vida e por todos os nossos entes queridos mesmo que eles estejam no mesmo cômodo que nós. Não dá pra explicar. Só quem já foi mãe de um bebê de 1 mês SABE SIM do que tô falando. Não dissimulem. Eu senti muuuuuito a falta da minha mãe. Queria muito ela perto de mim. Não para cuidar do bebê. Para cuidar de mim mesmo, ora.
Daí o bebê cresce um tico, já levanta aquela cabeça balançante tipo cachorrinho-de-porta-mala-de-carro-de-pobre e você pensa WOW, tomara que comece a andar logo, minhas costas não aguentam mais esse peso. Quem ele pensa que eu sou? Um burro de carga? E lá vai você ver emails e conferir a timeline do Face, do Twitter, do Foursquare, do Instagram, as últimas notícias, os vídeos mais legais, os emails das amigas, as mensagen do whatsup com todo mundo indo para o happy hour e você aqui com o pingente no colo. É maternidade, gente. Uns 4 ou 5 meses em um mundo paralelo até você voltar a se sentir gente (mulher) novamente encarar sua calça jeans linda e colocar brincos (a gente fica tanto tempo em casa de pijama que brinco acaba atrapalhando. É assim). Vai ao banheiro com ele te sorrindo no bebê-conforto posicionado estrategicamente a frente do vaso sanitário, toma banho enquanto ele cochila escorado por almofadas na sua cama “e se ele virar e cair?”, daí você corre do banho (sem exagüar o condicionador direito, sabe?), enrolada precariamente numa toalha e pingando sangue. Ahhh sim!!! Ninguém me disse que eu hemorragiria por quase 90 dias após o parto. E que gastaria em absorventes o equivalente a um Sandero 2013.
Fora as vezes que você tem que almoçar com com ele penduradinho nas suas tetas. Quem nunca,  hein? Tetas. Tetas sim. Seios não pra quem nunca amamentou. Porque a gente se sente uma vaca. Uma vaca esperando a hora do abate, que nunca chega. Quantas vezes esqueci, ou não deu tempo de jantar, de tomar banho, adiar o xixi até sua bexiga implorar por um Pyridium na veia?
Fora a vaidade. An? Oi? Que vaidade? Passamos a evitar colares, pulseiras, brincos e anéis, porque machucam os bebês e eles podem arrancam e se você tiver um milésimo de segundo distraída eles enfiam na boca e engolem felizes o seu anel de ouro e brilhantes da Vivara que você ganhou antes da criança nascer (isso é muuuuito importante, gente! Porque depois no nascimento é tanto gasto que...jóia? ahahahahahaha, nem no catálogo, bem. Até porque não dá para usar. Machuca, lembra?) Pois é. Eu nunca amei tanto meu corretivo quanto nesta fase. Acordava e passava sem me olhar no espelho para não ter um ataque logo que abria os olhos pela manhã (sim, porque já tinha aberto os olhos umas 4 ou 5 vezes naquela noite).
Daí você fica imaginando como será sua "volta ao mundo real", sabe? Dá vontade de ficar presa no trânsito de horas, colocar roupas de trabalho, sair de casa. É isso. Sair. Você só quer sair e sumir por alguns momentos. Daí você sai e se sente culpada. Louca e culpada. Daí você chora. Chora. É fodaaaaa.
Daí a criança começa a andar. Que legal! Essa fase é mágica, se você mãe, for maratonista ou contorcionista. Por que só assim pra dar conta de correr atrás de 80 centímetros hiperativos all day long. Você cansa. Cansa demais e pensa: porque ele foi andar tão rápido meu Deus?! Na verdade eles não aprendem a andar e sim a correr. Já nascem Robson Caetano. Dá dor nas costas, lombar, cervical...
Com o crescimento começa a aparecer alguma independência. Ufa!
Você já pode fazer um xixi enquanto ele fica na sala enfiando o controle remoto na boca, e você pede pra tirar, e ele põe e você pede e ele põe, ad infinitum. Daí você desiste. Vai cortar cebola e aproveita pra chorar botando a culpa na maldita. Mas lembrem-se: não é a cebola que te faz chorar, é o seu filho, não se enganem. Ter um bebê exaure, suga, chupa sua força. Dizem que na adolescência essa progressão aritmética piora. Oremos. Falando em orar, eu até rezava antes de dormir, quando grávida. Depois n-u-n-c-a mais lembrei. Esqueci o Pai Nosso, o Salve Rainha, a Ave Maria. Só lembro do Credo. Credo que canseira, credo que feia que eu tô, credo que gorda, credo que vida!!!!
Vida social? Esquece. Vida social de mãe de bebê é ir no supermercado e compartilhar os benefícios do Prebio1 no corredor de leite em pó. É saber que a Pampers absorve mais xixi que a Huggies, mas pra cocô esta é excelente. E o cocô hein? Nem vou entrar nisso...
Nessas horas seus peitos já estão no chão, junto com sua auto estima. Peitos no chão, perna mijada, feijão no dente, cabelo bicolor. Reze pra estar na onda do ombrè hair na época que seu filho nascer. Ou melhor antes de nascer, porque na gravidez é expressamente proibido tingir o cabelo (mas isso burlamos, viu ginecos? Temos técnicas transcendentais para isso).
E dá-lhe pediatra. Pobre médico de mãe de primeira viagem; esse ser é o que mais sofre. É cada pergunta, que hoje, quando lembro que chorei como se estivesse em uma sessão de terapia em meio a uma crise existencial, durante a primeira consulta dele no pediatra, me faz querer morrer. Mentira. Foda-se o médico. Ninguém mandou ser pediatra.
Aí chega o momento dele frequentar a escola. Você começa a vislumbrar a independência. Dura pouco, mas vislumbra sim. Mas daí você tem que trabalhar, ir ao mercado, fazer comida, chorar, trabalhar, chorar, tomar banho, chorar e chorar e chorar. Daí você vai buscar na escola. A professora te faz um milhão de perguntas que te remete: você não sabe cuidar da criança, mãezinha. ODEIO maezinha. O que você fez durante o tempo em que ele está na escola? Viveu? Não. Sobreviveu a mais um dia. Tipo AA – mais um dia. Se você for casada, chega a noite, entre um acordar e outro de seu filho, vem maridão encostar o pé gelado no seu. Se ele tiver sorte, você nem acerta o saco dele. Mas a intenção é essa. E quando você não tem marido? Gente aí deve ser pior ainda porque você se sente uma miserável por nem ter um pé gelado pra se enroscar com o seu....Credo. Olha aí o Credo!
Fora isso tudo aí supracitado, tem as birras em locais públicos e não públicos, tem os pesadelos, tem o terror noturno, tem o "vamos brincar?" quando você chega do trabalho cansada e co dor no corpo todo, tem o "quero dormir com a mamãe", tem o...a lista é infinita e meu filho tem 2 anos e dois meses.
Ser mãe é padecer. O paraíso é história pra boi dormir.
PS1: Claro que tem o lado A, mas esse todo mundo conta. Quando sarar minha TPM eu falo mais disso.
PS pra mim: excluir esse post do blog assim que o João for alfabetizado.

terça-feira, 29 de maio de 2012

The terrible two - a gente cospe para cima quando não tem filho...

De umas duas semanas para cá estou vendo um novo João Ricardo nascer. Ele melhorou e piorou. Muito. Em vários sentidos. O que é legal ver no crescimento da criança (eu acho) é o desenvolvimeto da personalidade. O João é uma criança decidida, não é de chorar (a menos que tenha se machucado mesmo), topa tudo, tem um pique da hora, dorme bem, come bem, tudo lindo. Agora, ele está tentando me mostrar para que veio ao mundo. Quer dar a opinião dele. Quer se fazer notar. Quer chamar atenção (claro, e sempre vai querer). Mas tudo isso é com muita intensidade e com pouca noção. Resultado: crises de choro sem nem ele saber o que quer ou não quer. Ontem mesmo eu e o Ricardo tivemos que praticamente amarrá-lo para conseguir cortar as unhas das mãos. Não, não estou falando no sentido figurado, estou falando a realidade. Cortamos as unhas das duas mãos aos gritos e prantos que mais parecia que estávamos sacrificando a criança. É horrível. Quando faço isso, tenho vontade de chorar depois de tão triste que é. O canto do pensamento (jeito moderno de falar que a criança está no castigo) não funciona. Ele não obedece e ainda fica me olhando esperando minha reação. Não faz algazarra, mas também não obedece. Desafia e aguarda minha reação. Você conversa, tenta, explica, fala, negocia, mas a criança só falta gesticular com o braço de mandando uma "banana". E vc, ah, vc cada hora tem uma reação diferente. Daí é papo para psicanálise. Um trecho de texto que eu achei em um blog:
Dica de ouro: treine sua cara de alface pra quando rolar um surto básico em público. Sabe como é, a gente cospe pra cima quando não tem filho... Lembre sempre do mantra "ele só tem dois anos, não vou perder a paciência por uma criança tão pequena". Não dá pra construir nada sem destruir antes, né? Fato é que é difícil aceitar que nossos filhos tem sim personalidade própria, vontades e pensamentos. Filhos não são ferinhas a serem domadas e sim, pessoas de entendimento diferenciado.
Então cheguei à conclusão que falar "criar os filhos" está errada. Eu não crio meu filho: ele se cria sozinho. Com, sem ou apesar dos pais, os filhos crescem. Sim, alguns pais mais atrapalham que ajudam, mas as crianças crescem de qualquer jeito. Filhos são: eles se geram no útero, eles mamam, comem, falam, andam, se recuperam de tombos. A personalidade deles refletem um bom tanto o meio ao qual nós pais pertencemos vividamente com os anos, mas apenas isso. Independente do que eu penso, ele cresce a olhos vistos. Acho que os filhos que criam os pais, isso sim. Qual esforço faço eu para "criá-lo"? Se eu deixasse de fazer, ele não cresceria mais? As crianças usam da linguagem corporal para se expressar. Nada mais natural que usar o corpo (gritos, empurrar, puxar cabelo, bater) para demonstrar desapontamento: até nós adultos, de vez em quando, temos que fazer isso. Daí concluo que meu "pequeno homem das cavernas" é uma pessoa que tem sentimentos e não sabe explicá-los de outras formas, além de não conseguir dimensionar o tamanho das conseqüências. Meu argumento FINAL por esses "terríveis 2 anos" é simples: ninguém bate em você, você não pode bater em ninguém. É errado bater, machuca. Tem que relembrar 149182417419 vezes, mas acho um bom argumento. Os mantras são as únicas coisas que eu consigo lembrar nessas ocasiões. "Eu sou adulta, madura, centrada. Ele só tem dois anos, não consegue me tirar do sério com gritos. Ele só tem dois anos, ele só tem dois anos, ele só tem dois aaaaaaaaaaaaaaanoooooooooooooooooooooos...." Muitas vezes eu saio de perto, impossível me manter calma. E assim aguardamos a mais uma "fase" passar... Ah! Não, ele não está menos lindo e menos fofo por causa desta fase. Pelo contrário. Assinado: mãe coruja, as vezes, desesperada...rs

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Quero ser mãe de um menino!

Um dia sonhei... Quero ser mãe de um menino! Que ande de boné pela casa empurrando um carrinho, que trombe nos móveis às risadas, brinque com panelas e todas as coisas que não pode, faça histórias pros seus bonequinhos de plástico. Quero ser mãe de um garotinho que fique com as bochechas coradas de correr. Que suba em árvores... Um moleque bonitinho, que coma fruta do pé e limpe a boca na manga da blusa de moleton, que tome sopa fazendo barulho sem querer. Quero ser mãe de um menino de lindo olhar, que ria escondido, que pregue peças, muitas peças... Que brinque de vídeo-game e que fique bravo quando perder e quando tiver de tomar bronca, que saia a correr descalço pela casa, que goste de sorvete com chantili. Que seja o primeiro da classe e seja elogiado por isso, e que tb seja o ESPULETA DA SALA! Que um dia cole na prova de matemática. Quando adolescente, que chore vendo seu time perder ou ganhar, que ganhe sua primeira MOTO, que não escove os dentes para dormir, que queira namorar e sair, que chore no meu ombro a primeira decepção, que peça permissão para chegar mais tarde em casa, que quando HOMEM, se case um dia e que sua esposa tenha a mesma sorte que eu e... Seja mãe de um MENINO!

terça-feira, 24 de abril de 2012

Ser Mãe Dói

Dói quando o filho nasce e ela se pergunta como vai saber educar. Dói quando, tendo o futuro todo pela frente, ela se sente perdida, como se o mundo não tivesse continuação. Dói quando filho chora de noite e ela não sabe bem como acalmá-lo. Ela aprende, então, a interpretar cada choro pra entender seu bebê. Ser mãe dói quando filho fica doente e ela quer trocar de lugar com ele e não... pode. Dói quando ela não sabe o que fazer. Ser mãe dói quando filho não quer começar a escola e ela precisa fazer um esforço sobrenatural para não chorar e deixá-lo começar a vida de gente grande. Ela chora escondido depois. Mas dói também, quando, deixando o filho na escola, ele dá um sorriso e diz adeus. Dói sentir que ele desprega-se, solta-se, torna-se independente. Como dói!!! Ser mãe dói quando filho tem problemas na escola e ela precisa ouvir com naturalidade as queixas. Dói a adolescência, as questões existenciais. Deve doer demais ver um filho indo para a guerra. Deve doer imensamente ver filho seguindo caminhos diferentes dos que julgamos corretos. Mãe que vê filho sofrendo, sofre dobrado. Ser mãe é uma missão que dói a vida inteira. Ser mãe é ter a dádiva do dar. Ela planta e sabe que não é pra ela. Jesus também teve mãe. E deve ter doído nela mais que em qualquer outra mulher do mundo. Uma mãe é uma ponte entre os céus e a terra. É o ser escolhido por Deus, certamente o mais bendito de toda a criação, para que a terra se encha e se multiplique. Ser mãe dói sim. Mas engrandece também. A medida da dor é também a medida da alegria de ver filho feliz. A maternidade é a corôa de toda mulher. De espinhos... mas de flores também!

sábado, 24 de março de 2012

De repente a ficha caiu


O amor me arrebatou, levou ao sétimo céu e me trouxe de volta.
Estou perdidamente apaixonada: sou mãe e não tem mais volta!

Outro dia estava vendo um álbum de fotos da mãe de um amigo. Há um tempo ela teve câncer, fez quimioterapia e perdeu os cabelos. Uma das fotos me chamou atenção: ela, com os cabelos bem curtinhos, e uma de suas filhas, com os cabelos na altura do ombro. A legenda da foto: “quando perdi meus cabelos na quimio, ela cortou o cabelão comprido e me deu”. Continuei vendo as outras fotos. Passo por uma com a filha quando tinha o tal cabelão comprido. Aí vi o tanto que aquele cabelo era enorme e a filha foi, cortou e deu pra mãe.

Pronto.

A ficha caiu e eu chorei, chorei, chorei e estou chorando até agora. As lágrimas saem involuntariamente. claro que por causa do ato belíssimo da filha, mas também porque de repente eu me vi do outro lado da cena.

Antigamente (mas não há tanto tempo assim) seria eu a filha a ter uma atitude de amor destas, mas ao pensar que um dia o João Ricardo vai crescer e ter plena consciência de seus atos, pensei que algo que de repente pode ser simples para ele, pra mim vai ser a maior de todas as provas de amor: um chumaço de cabelo que me faz muito mais forte que sansão.

Me dei conta que há um ano e (quase) dez meses já sou mãe. Primeiro por dentro, depois por fora e agora por dentro-fora-alto-baixo-sempre-sou-feliz.
Um tempo tão curtinho, mas já tive tantas expressões extremas de amor, passando desde aquela alegria eufórica até o completo desespero.
Desde o momento em que senti a vida mais plena dentro de mim (e saindo através de mim) até quando achei que a vida dele se esvairia em meus braços.
A alegria de todas as pequenas conquistas, a angústia das pequenas feridas (e dos grandes berros de choro)...
Quando ele fica doente, meu coração encolhe-se completamente até chegar ao tamanho de uma sementinha de morango. Estou assim neste momento. João está passando por um tratamento forte contra a amidalite, a faringite e a sinusite que atacaram ele...

Mas quando ele dá uma risada, um sorrisinho tímido se quer, meu coração parece que vai transbordar de tanta alegria. É uma coisa que não há palavras pra descrever.

Tudo é muito intenso e parece que não vai parar nunca mais.

Coração de mãe tem umas engrenagens malucas que só outras mães para, às vezes, entenderem o que se passa por lá.

É como se fosse movido a energia eólica e basta uma brisa das mais bestas pra colocá-lo para funcionar a pleno vapor.

Nós experimentamos o amor dos pais, do marido, dos sobrinhos, dos amigos e até dos nossos animais, mas não há amor nesta terra que se compare ao amor de mãe. É uma coisa que só sabe quem é. Até me falavam isso e eu não acreditava.

Hoje eu entendo bem.

E eu percebi porque coração de mãe sempre cabe mais um: porque ele está acostumado a tentar conter aquele amor imenso que nunca chega, que sempre cresce, que se expande e vai ser sempre assim, independente do que nossos filhos façam ou deixem de fazer.

A gente ama e pronto.

De repente, não mais que de repente, a palavra mãe passou a fazer pleno sentido para mim.

Extraído de Potencial Gestante

quinta-feira, 15 de março de 2012

Ser mãe é deixar de ser “eu” para ser “nós”.


Ser mãe é algo divino, é morrer de ansiedade no primeiro mês de gestação pra ter... uma barriga enorme e saber logo o sexo do bebê, já no nono mês, morrer de ansiedade pra ver o rostinho do bebê.

Ser mãe é pensar no parto como um divisor de mundos. Ser mãe é chorar quando o filho está doente e morrer de rir com as besteiras que eles fazem.

Ser mãe é passar noites acordada e acordar com um sorriso enorme no rosto.

Ser mãe é deslumbrar (quase babar) em ver o filho se descobrindo.

É ficar orgulhosa com a primeira palavra, com o primeiro passo, quando passar no vestibular, quando casar...

É também sentir ciume das(os) namoradas (os).

Ser mãe é sentir uma mãozinha tão pequenina acariciando o rosto. É ouvir uma vozinha dizendo “Te amo, mamãe!” e sentir que são verdadeiras aquelas palavras.

Ser mãe é amar incondicionalmente!

Ser mãe é descobrir que pode amar ainda mais um homem por vê-lo passar talco no filho brincar com ele e cuidar com tanto carinho.

Ser mãe É se apaixonar pelo marido por razões que antes não eram românticas .

Ser mãe é ficar madrugadas acordadas esperando o filho chegar de uma festa.

Ser mãe é uma função que nunca termina. Os filhos crescem, mas continuamos achando que são bebês!

Ser mãe é aguardar o memento de ser avó, para fazer tudo de novo, numa dimensão de doçura, amar, cuidar...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Verão antes e depois. De ter filho, claro.



Antigamente, na minha maxi bolsa de praia eu levava tudo o que era necessário para um dia ou um turno de curtição sob o sol, sem hora pra começar e muito menos pra acabar.
- chinelinhos e biquíni novos
- protetor solar fator 30 ou maior para o rosto
- um FPS menor para bronzear o corpo
- chapelão
- protetor labial para não rachar a boca
- creme para hidratar os cabelos pós-mar ou pós-piscina
- esteirinha, canga e toalha estilosa
- óculos escuros sem riscos
- batom nude e um rimelzinho à prova d'água
Durante o dia na praia dava para tomar uma caipirinha, tirar uma sonequinha sob o sol na hora da viradinha para queimar de bruços, comer um picolé ou um milho verde tranquilamente, reabastecer a água mineral geladinha sempre que a sede bate, torrar sob o sol do meio-dia mesmo sem guarda-sol....coragem!!!

BACK TO REALITY...
Hoje em dia como é a vida de mãe com criança indo para a praia
A minha bolsa já era...cato um protetor, dinheiro e documentos e coloco na outra bolsa. Sim, a do João...rs.
Esta bolsa contém tem o protetor solar dele, a comida dele (vai que não encontro nada que ele goste e/ou esteja com vontade comer na praia? Criança alimentada = mamãe feliz. Praticamente uma equação matemática), água e frutas fresquinhas (em embalagens térmicas para não perder o gelo no calor, óbvio), biscoito de polvilho, suco, chupeta, uma mamadeira pronta, trocas de roupa (umas 2 pelo ao menos), fraldas (normais e de piscina), talheres infantis, lencinhos umedecidos (e se ele fizer o número 2 na praia?), chinelo, boné e por aí vai...
Ah! Tem outra bolsa (sacola), grande, que traz dentro balde, pás, carrinhos e mil outros brinquedos que "eu sei que ele gosta".
O meu biquini não é exatamente o ideal para uma temporada de verão mas pelo ao menos não aparece o "signo" na hora que eu abaixo para dar comida ou limpar o rostinho dele sujo de areia, por exemplo.
Chapéu? O último (e único) que eu usei estragou. Sim, claro, caiu no mar. Hoje só boné. Passo rapidamente um protetor solar nos ombros poqrue, claro, a prioridade é besuntar cada centímetro de João Ricardo. Ah! E não é de 2 em 2 horas como nos adultos nãããããooooo: e a cada 20 minutos, mais ou menos, afinal, ele fica dentro da piscina com água o tempo todo...
Demorei para comprar um par de óculos escuros no verão passado então estou com o mesmo de, na verdade 2009...ainda bem porque está todo riscado...sim para que tantos brinquedos de praia se os óculos da mamãe são tãããão legais?
Brincos: Só se forem minúsculos, aqueles colados na orelha, tipo bolinha, senão o João arranca, engancha no roupão, na toalha...enfim...
Nossa, agora me dei conta que só uso o brinco pequeno depois que o João fez 6 meses (ele já está com 1 ano e oito meses)...ahahahaha
Beber água, comer algo? ahahahaha. Só se for as sobras da criança, né? Ou ao menos que vc esteja acompanhado de, no mínimo mais duas pessoas, para que elas olhem a criança enquanto vc come um milho verde ou toma uma água de côco...
Lembra da soneca quando a gente deita de bruços para tomar sol? HA-HA-HA...será somente depois que vc chegar em casa, descarregar todo o carro, colocar a criança no berço e arrumar tudo de volta no lugar. Daí, quem sabe, o João ainda não acordou e eu consigo esticar as pernas uns 15 minutos? Com sorte, sim.
Isso que sequer mencionei o que se faz quando o guarda-sol voa ou falta água limpa para limpar a mão dele cheia de areia que insiste em ir para os olhinhos...
Com tanta diferença entre uma experiência e outra, é fácil imaginar que a primeira opção é muito mais atraente.
Mas, quem está lendo este post é porque sabe que a segunda situação é trabalhosa sim, mas muito melhor, mais divertida e mais compensadora.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Ser Mãe


Li este texto ontem no Facebook e me emocionei. Emoção pela verdade que estas palavras expressam. Eu me vi nesta filha do texto. Antes de ser mãe eu era impecável na manicure e maquiagem, viajava bastante, baladas mil...hoje, João Ricardo está com 1 ano e 8 meses. Voltou as aulas hoje. Na segunda passa tive a reunião de pais. Um universo que só vive quem tem filhos. E não é uma coisa parecida com nada que possamos comparar para dimensionar a loucura que vira sua cabeça depois de ser mãe.
Logo após a minha cesária, eu achei a cicatriz grande, estranha...hoje ela é minha medalha de honra ao mérito. Se ela ficasse em lugar visível, acho que a deixaria a mostra só para todo mundo saber que eu sou mãe, sabe?
Sou jornalista, lido com as desgraças e crimes bárbaros que acontecem todos os dias. Antes da maternidade não me abalavam. Nada. Pelo contrário, me achava até meio fria para certas situações. talvez a necessidade do trabalho torne os jornalistas assim...Bom, mas hoje a história é outra: crimes contra crianças, tenho vontade de fazer justiça com as próprias mãos. Não consigo assistir imagens de violência...enfim, mudanças que a maternidade te proporciona. Continuo indo a manicure uma vez por semana, mas não me privo de fazer nada que possa "estragar" minha beleza em nme do João. Vale brincar, cavar na areia, mexer com terra e fazer a comida para ele que adoro deixar pronta com gostinho de comida da mamãe.
Quando eu li este texto, meus olhos se encheram de lágrimas e minha boca se curvou formando um sorriso de satisfação, sabe? As mãe me entendem...

"Nós estamos sentadas, almoçando, quando minha filha casualmente menciona que ela e seu marido estão pensando em “começar uma família”.
— Nós estamos fazendo uma pesquisa — ela diz, meio de brincadeira. — Você acha que eu deveria ter um bebê?
— Vai mudar a sua vida — eu digo, cuidadosamente, mantendo meu tom neutro.
— Eu sei — ela diz. — Nada de dormir até tarde nos finais de semana, nada de férias espontâneas…

Mas não foi nada disso que eu quis dizer. Eu olho para a minha filha tentando decidir o que dizer a ela. Eu quero que ela saiba o que ela nunca vai aprender no curso de casais grávidos. Eu quero lhe dizer que as feridas físicas de dar à luz irão se curar, mas que tornar-se mãe deixará uma ferida emocional tão exposta que ela estará para sempre vulnerável.

Eu penso em alertá-la que ela nunca mais vai ler um jornal sem se perguntar: “E se tivesse sido o MEU filho?”; que cada acidente de avião, cada incêndio irá lhe assombrar; que quando ela vir fotos de crianças morrendo de fome, ela se perguntará se algo poderia ser pior do que ver seu filho morrer.

Olho para suas unhas com a manicure impecável, seu terno estiloso e penso que não importa o quão sofisticada ela seja, tornar-se mãe irá reduzí-la ao nível primitivo da ursa que protege seu filhote; que um grito urgente de “Mãe!” fará com que ela derrube um suflê na sua melhor louça sem hesitar nem por um instante.

Eu sinto que deveria avisá-la que não importa quantos anos investiu em sua carreira, ela será arrancada dos trilhos profissionais pela maternidade. Ela pode conseguir uma escolinha, mas um belo dia entrará numa importante reunião de negócios e pensará no cheiro do seu bebê. Ela vai ter que usar cada milímetro de sua disciplina para evitar sair correndo para casa, apenas para ter certeza de que o seu bebê está bem.

Eu quero que a minha filha saiba que decisões do dia a dia não mais serão rotina; que a decisão de um menino de 5 anos de ir ao banheiro masculino, ao invés do feminino, no McDonald's, se tornará um enorme dilema; que ali mesmo, em meio às bandejas barulhentas e crianças gritando, questões de independência e gênero serão pensadas contra a possibilidade de que um molestador de crianças possa estar observando no banheiro.

Não importa o quão assertiva ela seja no escritório, se questionará constantemente como mãe.

Olhando para minha atraente filha, eu quero assegurá-la de que o peso da gravidez ela perderá eventualmente, mas que jamais se sentirá a mesma sobre si mesma; que a vida dela, hoje tão importante, será de menor valor quando ela tiver um filho; que ela a daria num segundo para salvar sua cria — mas que também começará a desejar mais anos de vida, não para realizar seus próprios sonhos, mas para ver seus filhos realizarem os deles.

Eu quero que ela saiba que a cicatriz de uma cesárea ou estrias, se tornarão medalhas de honra.

O relacionamento de minha filha com seu marido irá mudar, mas não da forma como ela pensa. Eu queria que ela entendesse o quanto mais se pode amar um homem que tem cuidado ao passar pomadinhas num bebê ou que nunca hesita em brincar com seu filho. Eu acho que ela deveria saber que ela se apaixonará por ele novamente por razões que hoje ela acharia nada românticas.

Eu gostaria que minha filha pudesse perceber a conexão que ela sentirá com as mulheres que, através da história, tentaram acabar com as guerras, o preconceito e com os motoristas bêbados.

Eu espero que ela possa entender por que eu posso pensar racionalmente sobre a maioria das coisas, mas que me torno temporariamente insana quando discuto a ameaça da guerra nuclear para o futuro dos meus filhos.

Eu quero descrever para minha filha a enorme emoção de ver seu filho aprender a andar de bicicleta.

Quero mostrar a ela a gargalhada gostosa de um bebê que está tocando o pelo macio de um cachorro ou gato pela primeira vez. Quero que ela prove a alegria que, de tão real, chega a doer.

O olhar de estranheza da minha filha me faz perceber que tenho lágrimas nos olhos.

— Você jamais se arrependerá — digo finalmente. Então estico minha mão sobre a mesa, aperto-lhe a mão e faço uma prece silenciosa por ela e por mim e por todas as mulheres meramente mortais que encontraram em seu caminho esse que é o mais maravilhoso dos chamados; esse presente abençoado de Deus, que é ser mãe."

(Autor desconhecido)