sábado, 2 de abril de 2011

Fim da amamentação pode trazer angústia para mulheres

Esta fase foi uma das significativas para mim após o nascimento do João. No começo da amamentação, eu sofri com o leite empedrado, a dor nos seios, a inquietação e, principalmente, com o acúmulo de sono atrasado. Chorava muito e pensava: quando isso vai acabar? Cheguei a me sentir mal pelo fato estar "presa" a cada 2 horas do dia ao dar a mamada ao meu filho. Depois de lagumas sessões em terapia (e conforme o costume foi chegando como dormir pouco, fazer tudo que é para vc correndo para dar tempo de cuidar do bebê, passar um dia inteiro de pijama sem escovar os dentes e quando se dá por si são 23h...), eu entendi oq ue todas as mulheres me falavam: aproveite a fase de amamentação´pois vc sentirá falta. Realmente dá saudades. Muitas saudades. É um misto de sensações loucas (aliás "misto de sensações loucas" e quase um jargão para se referir a tudo que ocorre desde a gestação com uma mulher que engravida) como alívio, trsiteza, depressão, falta, culpa...E tudo realmente é sensível. Mas passa. Hoje (o João está com 10 meses) eu olho para ele e sinto orgulho de poder ter contribuido (de certa maneira) para o sistema imunológico que hoje o faz sentir tão bem, curtir a vida, brincar e ser feliz.
Abaixo segue uma matéria garimpada do Folha Equilíbrio sobre o assunto.

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Depois do corte do cordão umbilical, o desmame é a primeira separação significativa entre mãe e bebê. Algumas mulheres podem se sentir tristes ou culpadas.

Segundo a pediatra Elsa Regina Giugliani, do Ministério da Saúde, esses sentimentos de perda são mais comuns em mães que não estavam preparadas emocionalmente para o fim da amamentação. "Às vezes, as mulheres dizem que querem desmamar, mas, inconscientemente, não estão prontas."

Joel Rennó Jr., do Programa de Saúde Mental da Mulher do Instituto de Psiquiatria da USP, comenta que o luto é mais sentido em mulheres que veem a amamentação como um vínculo forte com a criança. "Sem essa ligação, elas se sentem desconectadas do filho", afirma.

Apesar de na medicina não existir um quadro de depressão pós-demame, Rennó Jr. diz que é preciso estar atento aos sintomas de tristeza profunda ou angústia constante. "Algumas mulheres se sentem culpadas porque o desmame é feito devido a situações de trabalho. O importante é não banalizar nem patologizar o processo."

Para que o fim do aleitamento ocorra sem traumas, o pediatra Luciano Borges, da Sociedade Brasileira de Pediatria, recomenda que seja gradual.

"Se tirar de uma vez, além de a criança se sentir abandonada, a mãe corre o risco de ter problemas como mastite [inflamação na mama causada por acúmulo de leite]."

Ele também aconselha que as mães amamentem por dois anos, quando as defesas do bebê ainda são precárias.

Ao descobrir que estava grávida do segundo filho, o primeiro pensamento da empresária Juliana Buccieri, 28, foi sobre como desmamaria o primogênito, de um ano e seis meses. "Ficava com receio de que ele se sentisse rejeitado ou achasse que eu não gostava mais dele."

A solução foi substituir gradualmente a mamada por mamadeira, três meses antes de tirar o peito definitivamente. "São necessários muita conversa e carinho."

Como tirar o peito do bebê

- Tenha paciência. O processo pode ser lento se a criança for muito pequena ou não estiver pronta.

- Planeje. Comece retirando uma mamada do dia a cada duas semanas, até ficar com só uma por dia.

- Evite atitudes que estimulem a criança a mamar, como se sentar na poltrona em que costumava amamentar.

- Prepare-se para mudanças físicas e emocionais que o desmame pode desencadear, como alteração do tamanho dos seios e de peso, além de sentimentos como alívio, tristeza e culpa.

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