terça-feira, 16 de março de 2010

Desculpem-me, serei papai - por Hilan Diener



Li este post em um blog que sigo, o Potencial Gestante. Achei super interessante e decidi colocá-lo por aqui. Enjoy!

Assim que recebi a notícia de que seria papai, recebi inúmeros parabéns pessoalmente e virtualmente! É estranho algumas vezes. Afinal, a maioria das pessoas esquecem que o pai também é diretamente responsável por aquela barriga. Porém, percebi uma coisa diferente também, um certo incômodo, uns olhares tortos do tipo: “Meu Deus! Que egoísta! As coisas do jeito que estão e você colocando criança mundo?” “Você é tão novo! Não tem maturidade para ser pai” Até aí tudo bem. O problema é quando o povo começa a levantar bandeira e cai no discurso ideológico. Um dia desses recebi um artigo que saiu na revista Veja:

“O Brasil está seguindo a tendência das nações mais ricas, em que ter filhos não é mais uma conseqüência inevitável do casamento”, afirma o demógrafo José Eustáquio Diniz, coordenador da pesquisa. Casais que ganham bem e decidem não procriar são um fenômeno crescente em muitos países desenvolvidos, onde foi criado até um termo para defini-los: eles são os dinks (double income, no kids, ou “renda dupla, sem crianças”). (Veja matéria na íntegra)

Tudo bem você querer ser DINK. Eu respeito sua opinião e decisão. O problema que eu vejo é querer gerar culpa e diminuição no seu oposto, ou seja, os terríveis procriadores. Digo terríveis porque agora você, caro papai e mamãe procriadores, é inimigo número um do planeta, conforme o artigo que diz que o aquecimento global será diminuído se vocês não tiverem filhos. Se quiser ler o artigo é só clicar aqui: Quer salvar o planeta? Não tenha filhos!

Além de toda a argumentação científica para você não ter filhos, temos também o discurso filosófico para reforçar a tese, ou seja: “Já que você ama tanto crianças não as tenha; ter um filho hoje é fazê-lo sofrer”. Não tô exagerando não! Há algum tempo o filósofo Julio Cabrera lançou o livro Porque te amo, NÃO nascerás!. É um livro que coloca em discussão a delicada questão da procriação, fazendo um esforço para levar em conta, em primeiro lugar, o ponto de vista daquele que ainda nem nasceu. Os autores consideram que quem diz estar disposto a amar seus futuros filhos acima de tudo, não deverá fazê-los nascer!

Daqui a pouco vão lançar um livro “Se tu amas tua mulher não te cases com ela!” Hahahaha!

Sinceramente, isso não me espanta, sabe? Afinal, estamos em uma sociedade onde há marmanjos de até 40 anos morando com a mãe. Na Itália são chamados de “mammoni” (filhinhos da mamãe); na Espanha, de “ni-ni” (“ni estudian, ni trabajan”); na Inglaterra, de “kidults” (crianças adultos). Lógico que eles se defendem: formaram-se, gostariam de trabalhar, mas o mercado é cruel, não consegue assimilá-los, são desempregados crônicos e não têm como pagar aluguel, comprar um imóvel nem pensar. E, além disso, ninguém cozinha como a mamãe. Acho justo eles arrumarem várias justificativas para não CRESCEREM ou ter responsabilidades.

Desabafo
Desculpem-me, dinks, desculpe-me planeta. Desculpe-me prole! Colocarei vocês no mundo! E com certeza será a melhor coisa que farei! Pois antes de colocar meus textos, meu trabalho, meus livros, minha arte, colocarei no mundo um legado vivo. Pessoas de bom coração e acima de tudo que amam a vida e aos outros. É disso que o planeta precisa.

Um comentário:

  1. Eu penso o seguinte: eu colocando filho no mundo to fazendo um bem danado para o planeta pois eles terão consciência ecológica e o ajudarão a preservar a Terra.

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